
Admirável seguro novo
Transformação tecnológica tem alterado de forma determinante os meios de desenvolver e vender seguros.
A geração Y exerce grande influência nessa mudança de cenário, composta por jovens economicamente ativos com alto grau de exigência em suas experiências de consumo e que passam a maior parte de seu tempo conectados ao mundo digital. Estamos falando de clientes em potencial que não se prendem à tradição que as grandes seguradoras exercem no mercado, mas valorizam mais a eficiência com que um serviço customizado é prestado, seja por uma seguradora, por uma startup ou por uma gigante da tecnologia. Sim, porque empresas como Microsoft, Amazon, Facebook, entre tantas outras, estão fazendo a lição de casa monetizando os dados que dispõem e se aventurando com sucesso no mercado segurador.
No cenário atual, dados são o novo petróleo. As insurtechs (startups atuantes no segmento de seguros) não detêm
o mesmo volume de informações que as gigantes da tecnologia, por isso, baseiam toda sua estratégia em pesquisas direcionadas àqueles que optaram por contratar os serviços de outra empresa ou que ainda não têm a cultura de consumo de seguros. No caso das grandes seguradoras, Big Data é o caminho para entender a jornada do consumidor e melhorar a saúde da carteira, selecionando perfis que envolvam menos riscos. Além disso, usado de forma estratégica, esse recurso possibilita insights valiosos para a criação de seguros inclusivos − e o mercado brasileiro possui muitas oportunidades nesse sentido. Um exemplo é a frota automobilística, que possui em torno de apenas 30% de veículos assegurados.
A visão que as pessoas têm do setor de seguros é de que esse mercado é complexo demais e burocrático. A tecnologia está mudando isso! As aplicações móveis tornam tudo mais simples e acessível; a customização, por sua vez, fará do consumo de seguros algo intuitivo e democrático. Isso não significa que o atendimento humano será extinto, ao contrário, a tecnologia vai apenas potencializar a capacidade das seguradoras em acompanhar a jornada do cliente por meio de estratégias cross channel.
É inegável que uma grande disrupção está acontecendo no setor e isso demanda das seguradoras tradicionais uma reestruturação estratégica, operacional e tecnológica de alta complexidade. Não se trata de se adaptar em conformidade, mas de repensar o negócio como um todo. A única saída é acelerar os processos de inovação e estabelecer parcerias estratégicas com as insurtechs e as inovadoras empresas tecnológicas, a fim de unir de forma conveniente o que há de mais evoluído em expertise tecnológica e know-how do mercado de seguros.